Com apoio do IPC, Sindcont-SP realiza 38º Encontro de Profissionais e Acadêmicos de Contabilidade (Epac)

Sucesso de público e participação, o 38º Encontro de Profissionais e Acadêmicos de Contabilidade – Epac, que aconteceu de 23 a 25 de agosto no auditório MackGraphe, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, reuniu nos três dias de atividades, mais de 500 alunos e profissionais da contabilidade que acompanharam o evento de forma presencial e online.

A maratona de estudos contábil foi realizada pelo Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP) com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, contou ainda com a parceria do Ibracon – Instituto de Auditoria Independente do Brasil. E apoio do IPC.

“Foram encontros fundamentais para trazerem a prática para discutirem com os alunos e os problemas que temos no a dia a dia. As palestras sempre bem participativas com temas sobre o Sped Fiscal e Contábil e os riscos de compliance em processos de auditoria, auditória independente, gestão tributária e, por fim, as normas internacionais de sustentabilidade, que trouxeram enriquecimento e muita interação. Obrigado Sindcont-SP por esses três brilhantes dias”, agradeceu Liliane Segura, coordenadora do curso de Ciências Contábeis do Mackenzie.

Geraldo Lima, presidente da Casa do Saber Contábil, parabenizou todos pelo formato realizado nesta edição do Epac com a instituição de ensino “uma parceria que vem rendendo grandes frutos, tanto para academia como especificamente para os profissionais e o Sindcont-SP”, enfatizou ele, ao afirmar que o congraçamento foi o destaque central do evento.

Debates e palestras

No primeiro dia, houve o bate-papo sobre “Auditoria Independente”, explanadas pelos especialistas do Ibracon Jovem, Cleber Fernandes dos Santos e Weverton Zanella Xavier, com a moderação do professor Davi Jônatas Cunha Araújo.

Na abordagem, os contadores apresentaram a função de um auditor, bem como os trabalho que são executados por estes profissionais e o papel da auditoria 4.0, na construção de uma carreira de sucesso no futuro. “O futuro da auditoria, e como ela deve se adaptar às mudanças nas demandas dos stakeholders, só cresceu em importância à medida que o ecossistema de relatórios financeiros considera como municiar informações que forneçam insights para empresas e investidores”, apontaram eles, ao demonstrar uma pesquisa feita pelo Deloitte Global Audit Value Pulse Survey, em dezembro de 2020, com 351 profissionais do mundo inteiro, para esclarecer uma série de tópicos relacionados à auditoria.

De acordo com a análise, 95% acreditam que a auditoria deve fornecer valor adicional além de um relatório do auditor independente sobre as demonstrações financeiras.

Na oportunidade, Fernandes e Xavier também falaram dos trabalhos e atuações do Instituto e do Ibracon Jovem no fortalecimento a profissão, a carreira na auditoria e interação institucional.

Em um segundo momento do evento, foi realizada uma atividade do Grupo de Tributos e Obrigações do Sindcont-SP que abordou uma palestra sobre “SPED Fiscal e Contábil: riscos de compliance em processos de auditoria tributária”, conduzida pelo professor do Mackenzie Roberto Biava Junior, e moderação da diretora Cultural e coordenadora do Grupo de Tributos e Obrigações da Casa do Saber Contábil, Marina Kazue Tanoue Suzuki.

Na explanação, Biava tratou sobre a atuação do Fisco como usuário da informação contábil, os impactos do SPED em relação aos custos de conformidade tributária, os riscos de compliance em processos de auditoria tributária e a informatização das informações contábeis e fiscais e seus impactos no lançamento tributário.

“Os profissionais do mercado contábil devem refletir sobre as principais oportunidades e riscos em face dos impactos tecnológicos trazidos pelo SPED para as empresas e para os Fiscos no processo de auditoria tributária, já as instituições de ensino sobre a informatização das informações contábeis e fiscais (SPED Contábil e Fiscal) e seus possíveis impactos nos custos de conformidade das empresas e no grau de riscos fiscais assumidos pelas empresas”, explicou.

A troca de experiência do segundo dia de encontro contou com a palestra do professor Biava sobre os desafios da gestão tributária e notícias atuais.

O especialista, ao iniciar sua explanação, lembrou aos alunos que a gestão tributária é o ramo da contabilidade, responsável pelo gerenciamento dos tributos e seus reflexos em determinada organização, com o escopo de aplicar conceitos de contabilidade e legislação tributária adequadamente, ocupando posição estratégica dentro da empresa.
E ainda complementou: “é o subsistema responsável pelo gerenciamento dos tributos e seus reflexos em determinada organização, com o escopo de aplicar conceitos de contabilidade e legislação tributária adequadamente”.

Entre os assuntos abordados, Junior frisou os objetivos do sistema e desafios da gestão tributária e toda sua complexidade, os pontos práticos relevantes na atuação de um gestor tributário, competências tributárias, ISS, distorções da cumulatividade e guerra fiscal, ICMS, impactos financeiros-contábeis e benefícios, com exemplificações da tese do professor Henrique Formigoni e as notícias atuais que impactam o contador.

No encerramento do encontro, que ocorreu na quinta-feira, 25 de agosto, o tema abordado foi as “Normas Internacionais de Sustentabilidade”, explanados pelas professoras Cecília Moraes Santostaso Geron e Liliane Cristina Segura, que também coordena o curso de Ciências Contábeis do Mackenzie.

A mesa de trabalho do evento foi composta ainda pelo presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo – Sindcont-SP, Geraldo Carlos Lima, o vice-presidente, Claudinei Tono, a diretora Cultural, Marina Suzuki, e o professor da instituição de ensino Davi Jônatas Cunha Araújo. As abordagens foram conduzidas pelo Grupo de IFRS e Gestão Contábil.

Entre os tópicos abordados, as especialistas trataram sobre a responsabilidade das empresas, informações não financeiras ou pré-financeiras e a normatização e criação do ISSB – International Sustainability Standards Board.
Ao iniciar a apresentação, Cecília lembrou aos participantes que a preocupação da sustentabilidade com as externalidades das entidades de forma geral “é uma preocupação do nosso século”, disse ela, ao exemplificar um julgamento do Dodge versus Ford, em que os acionistas da empresa ganharam a causa contra Henry Ford.

De acordo com ela, o motivo tratava da decisão que não foi distribuída as partes dos dividendos do ano de 1916, destinando-os para os objetivos sociais, “portanto, o que se entendia no início do século XIX e XX, é que o objetivo da empresa era apenas o lucro, diferente do que é hoje, em que temos uma visão um pouco diferente”, explicou.

Outro exemplo exposto na apresentação foi de um relatório das Nações Unidas, em 2012, que tratava de metas para os próximos anos “então, a preocupação já era muito diferente da sociedade e das empresas do século XX, onde não se via responsabilidade somente com o lucro, mas também, pelo entorno, ao final, as organizações utilizam recursos naturais e humanos”, frisou.

A professora ainda explicou sobre o conceito de sustentabilidade, que atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras, e o significado e papel da ESG, sigla em inglês para “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português, ASG): governança ambiental e social.

Já a coordenadora do curso de Ciências Contábeis do Mackenzie, Liliane Segura, destacou que o tema é um assunto novo e está sendo discutido “a temática sustentabilidade é fundamental e tem uma perspectiva muito importante para os novos contadores, pois são assuntos relevantes, interessantes e essenciais para que os alunos tenham conhecimento do que é a nossa profissão”.

Fonte: Sindcont-SP