Associativismo contábil: a importância da participação nas entidades para a renovação e influência no setor

“Muito antes de se tornar moda falar sobre redes de relacionamento, vários pioneiros já discorriam sobre o associativismo no início do século passado. Portanto, mencionar o aprendizado por meio da troca de experiências com suas redes e pares é falar da participação dos profissionais e entidades contábeis e afins”, explica Jorge Segeti, CEO da Segeti Consultoria e vice-presidente do SESCON-SP.

Hoje em dia, muitos palestrantes abordam a importância da troca de experiências e do contato com pessoas fora do ambiente de trabalho. Para ele, as entidades talvez sejam o melhor ambiente para essa troca de experiências e conhecimento, pois nelas encontramos a aplicação prática do conhecimento, com profissionais que executam, não se limitando apenas à teoria.

Segeti conta que os contadores são agentes da gestão financeira entre a sociedade e o Estado, compreendendo tanto as necessidades das pessoas e empresas quanto as exigências fiscais. “Para deixarmos de ser meros executores de legislações, normas e instruções normativas, e nos tornarmos agentes ouvidos na criação dessas leis, precisamos nos organizar cada vez mais em entidades, pois é assim que teremos voz para sermos ouvidos pelos legisladores, principalmente para eliminar a burocracia burra”.

Atualmente, todas as entidades contábeis facilitam a participação dos profissionais em treinamentos, eventos e até mesmo com eventos online gratuitos. No entanto, ele afirma que pode haver uma falha na comunicação das entidades, pois às vezes a informação não chega aos profissionais em seus escritórios ou em suas casas, no chamado home office. “As entidades devem diversificar as formas de comunicação, tanto para os profissionais mais experientes quanto para os iniciantes. As diversas redes sociais são um bom exemplo disso”.

Os profissionais que desejam se aproximar das entidades contábeis precisam estar cientes de que a maioria das pessoas envolvidas já possui uma história de longa data, com experiências boas e ruins no âmbito do associativismo e do sindicalismo. Segundo Segeti, é importante reconhecer que, quando a entidade é democrática, as mudanças tendem a ser mais lentas, devido ao processo de debates de diretorias eleitas e participativas.

“Muitos jovens chegam querendo modernizar rapidamente as entidades, mas acabam se frustrando quando isso não acontece no tempo desejado, o que pode levá-los ao afastamento. Os jovens que tiverem o espírito aberto para o aprendizado, principalmente no que diz respeito à democracia, ao debate e ao contraditório, verão que as entidades estão de braços abertos para recebê-los, pois estamos precisando de renovação”, finaliza o vice-presidente do Sescon-SP.