Práticas e conceitos relacionados à transparência, ética, diversidade e inclusão têm sido cada vez mais primordiais dentro do modelo de gestão e operação das empresas, que se veem na necessidade de adequar seus processos em meio a uma “nova” realidade. Isso porque, em um cenário de disseminação massiva de informações e intensa digitalização, o público consumidor já se mostra muito mais atento à atuação das organizações e a responsabilidade destas perante o contexto atual em termos sociais, ambientais e de governança.
E, para além dos pilares de transparência e diversidade, a busca pela inovação também se mostra uma ação necessária no mercado, não por questões de posicionamento, mas pensando na otimização e aperfeiçoamento de processos, que muitas vezes ainda seguem a mesma fórmula de 10, 20, 30 anos atrás. Assim, apostar nessas práticas não deve ser visto no mundo corporativo como um obstáculo ou desafio, mas sim como uma enorme oportunidade de desenvolvimento para as companhias, em todos os sentidos.
Transparência e conexão
A partir da crescente importância de existir em meios digitais, muitas empresas, por causa disso, puderam estabelecer uma relação muito mais próxima com seu público. Tal aproximação, por um lado, possibilitou às marcas conhecer melhor o consumidor e estabelecer com ele uma conexão direta, mais personalizada, de modo a entender de forma mais aprofundada seus interesses, desejos e insatisfações. Por outro, criou uma necessidade de posicionamento para as organizações, que passaram a ter uma audiência muito mais vigilante, atenta ao que acontece no mundo dos negócios.
Esse cenário, por si só, já desenha novos traços em termos de transparência para as corporações, que constantemente precisam esclarecer suas atitudes e os motivos por trás das decisões tomadas, visto que se trata, agora, de uma demanda por parte do consumidor – o qual precisa de razões para se sentir confortável e criar confiança com a marca.
Além disso, um público mais informado, a par das discussões acerca de questões sociais e ambientais, cobra responsabilidade social das empresas, que aos poucos começam a compreender a importância desses assuntos, não só para o consumidor, mas como oportunidade de desenvolvimento e crescimento da própria companhia.
Diversidade, inclusão e inovação
Gradativamente, assuntos e conceitos relacionados à diversidade e inclusão se tornam mais consolidados nas empresas – mesmo que ainda estejam longe do suficiente –, seja por uma preocupação digna e honesta por parte delas, seja por questões estratégicas de posicionamento.
Isso porque, aos poucos, começa a se perceber os benefícios de políticas de diversidade e inclusão nos negócios, temas constantemente relacionados, também, à inovação de processos. De acordo com pesquisas realizadas pela McKinsey, uma maior diversidade de gênero nas empresas resulta em maior lucratividade: em 2019, companhias mais diversas obtiveram resultados 25% acima da média. Ainda, olhando para a diversidade étnica e cultural, organizações mais inclusivas apresentaram lucratividade 36% superior em relação às menos diversas.
Assim, a aposta em pilares como os apresentados acima deve representar um ponto central nas estratégias das corporações, e não apenas uma forma de se posicionar perante um público que cobra atitudes e as novas responsabilidades que se apresentam. Transparência e diversidade levam à inovação e criam um horizonte de novas possibilidades às empresas, uma oportunidade clara de oxigenar processos e ideias, em um cenário que demanda constantes movimentações e mudanças!
Referências:
https://mittechreview.com.br/diversidade-como-motor-da-inovacao/
Artigo escrito por Alexandre Velilla Garcia, head de Administração da ANEFAC