Desde 2010, a área contábil sofreu modificações significativas com a implementação das normas internacionais de contabilidade (IFRS), segundo Clóvis Ailton Madeira, conselheiro da ANEFAC, isso exigiu que os profissionais dá área tivessem que fazer uma reciclagem por completo dos conhecimentos adquiridos até então, aqueles que o fizeram continuam no mercado e mais fortalecidos, já que as mudanças elevaram o status da profissão no Brasil, mas infelizmente um número relevante de profissionais não se atualizaram e estão com baixas perspectivas.
Na atividade de auditoria independente também houve evoluções importantes com o desenvolvimento mais acelerado de ferramentas de trabalho com utilização de tecnologias avançadas, permitindo cada vez, na percepção de Madeira, mais o trabalho remoto (nada a ver com a pandemia), aumentando a capacidade de ação dos auditores, com a possibilidade de ampliação dos exames e redução dos tradicionais testes, já que com técnicas avançadas podem examinar muito mais itens e, assim, ampliar sua capacidade de julgamento.
Atualmente, Madeira acredita que a profissão contábil, assim como muitas outras, está diante de desafios jamais imaginados, com relação as criptomoedas e aos criptoativos. “Já existem trabalhos em implantação e estudos que tornam possíveis a captação destas operações através de técnicas contábeis, mas ainda não são de domínio geral, o blockchain, por exemplo, tem mais a ver com tecnologias voltadas aos meios de transações. Enquanto, o metaverso é outro mundo, são tantas as possibilidades e o desconhecimento da inter-relação do mundo virtual com o mundo físico ainda são muito grandes, mas certamente não será intransponível”, diz.
Diante disso, a atualização profissional deve ser um foco cada vez mais relevante de todos. E os eventos, realizados por entidades como a ANEFAC, podem ser o caminho. Neste momento, todo o mercado está experimentando a volta dos eventos presenciais. Recentemente, a entidade realizou o seu Congresso ANEFAC, em Mangaratiba, Madeira avalia que a volta aos eventos presenciais é uma experiência como nascer de novo.
“O Congresso foi muito bom. As pessoas estavam carentes de contatos mais abertos e de calor humano, muitos dos que lá estavam declararam que era o primeiro evento aberto de que participavam desce março de 2020, aliado a isso a ANEFAC foi muito feliz na definição da grade do evento e escolha dos palestrantes e painelistas, as avaliações dos congressistas foram excelentes. O encerramento no sábado à noite com um semi-lual (parte fechado, mas na praia) foi muito divertido e agradou geral”, explica.
Em termos de conteúdo, o metaverso foi um dos temas melhor avaliado do Congresso ANEFAC, muitos, talvez a maioria, tiveram contato com o tema pela primeira vez, ficaram encantados mas muito assustados. Madeira acredita que daqui para frente não o cenário não irá afetar mais ainda os eventos dessa natureza, pois eles estão sendo afetados há muito tempo, seja pela ampliação das atividades on-line, pela redução do apoio de empresas para a participação de seus funcionários em congressos e convenções por conta de redução custos e a sobrecarga de trabalho nos profissionais que é muito grande.
Ele conta que já participou de eventos onde o metaverso, inclusive, foi utilizado como suporte ao desenvolvimento de técnicas de trabalho em equipe e tomada de decisões, sendo esse o caminho mais provável. “O modelo de Congresso, que a ANEFAC realiza há muitos anos, é atípico, pois tem sempre a preocupação de apresentar um conteúdo técnico interessante, muitas vez eclético que voltado para todas as pessoas (como foi o caso do metaverso), se tornando um grande espaço para fazer e ampliar relacionamentos e, ao mesmo tempo, é bem familiar. Alguns participantes estrearam agora em nossos congressos e foram sozinhos, ouvi de dois ou três deles, que era uma pena e que deveriam estar lá com a minha família, e que fariam isso no próximo”, finaliza Madeira.