A terceira edição do Relatório Geografia das Criptomoedas, elaborado pela plataforma de dados blockchain Chainalysis, destaca o uso especulativo de ativos digitais como ferramenta de investimentos no Brasil, sétimo colocado no Índice Global de Adoção de Criptomoedas de 2022.
De acordo com o levantamento, o Brasil é o maior mercado de criptomoedas da América Latina, tendo movimentado cerca de US$ 140 bilhões em criptomoedas, entre julho de 2021 e junho deste ano. Segundo a Chainalysis, entretanto, de forma geral, os brasileiros aplicam seus recursos como forma de investimento especulativo, característica observada em mercados mais desenvolvidos..
O Brasil também é um importante mercado na adoção de DeFi (finanças descentralizadas, na sigla em inglês), atrás somente do Chile, na região. O relatório aponta que vem aumentando o número de plataformas de criptografia de ponta e focadas no retorno financeiro, em detrimento dos serviços centralizados. Mais de um terço das transações brasileiras com criptomoedas foram feitas a partir de serviços DeFi.
Outro segmento no qual os brasileiros têm se engajado são os games play-to-earn, jogos hospedados em redes blockchain que oferecem recompensas financeiras a seus participantes. O país tem a quinta maior comunidade ativa do Axie Infinity do mundo, ficando em segundo lugar na América Latina, atrás do México.
“O Brasil é um mercado crescente de criptomoedas e, mesmo com o inverno cripto que o setor observou neste ano, o número de usuários continua a crescer. Com a chegada de grandes players no mercado, os criptoativos devem se popularizar ainda mais”, avaliou a diretora de pesquisa da Chainalysis, Kim Grauer.
Países vizinhos
Em mercados latinos afetados pela escalada da inflação, como Argentina e Venezuela, a Chainalysis destaca que a população tem optado por stablecoins, as criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias, como o dólar, para se proteger da flutuação cambial e da instabilidade econômica. Na Argentina, por exemplo, 31% das transações de varejo com valor inferior a US$ 1 mil em criptomoedas foram feitas com stablecoins, ante 26% do Brasil e 18% no México.
Fonte: Valor Investe