A inteligência artificial (IA) emerge como um divisor de águas no mundo da contabilidade, sinalizando transformações que vão muito além da simples automação de processos. Ao assumir o fardo de tarefas repetitivas e volumosas – como conciliações bancárias e a análise preliminar de dados – a IA libera os profissionais da área para se concentrarem em atividades de maior valor. Para o presidente do Ibracon, Sebastian Soares, essa mudança representa um reposicionamento do papel do contador que passar a dedicar mais tempo à análise crítica e à atuação estratégica.
Segundo Soares, no Ibracon, ele cita, por exemplo, que muito tem se discutido que a IA não substitui o profissional, mas amplia sua capacidade de gerar valor. “A inteligência artificial vem redesenhando a prática contábil ao assumir atividades repetitivas e de maior volume, como conciliações e análises iniciais de dados. Isso permite que o contador dedique mais tempo à análise crítica e à atuação estratégica”, explica. Nesse contexto, o setor discute cada vez mais a importância de um reposicionamento do profissional de auditoria e contabilidade – uma mudança que exige o entendimento claro de que a tecnologia deve atuar como uma aliada na geração de qualidade e suporte à decisão.
No que diz respeito às decisões estratégicas das empresas, os avanços em IA oferecem suporte robusto ao tratamento de grandes volumes de dados em tempo real, ajudando a identificar padrões, antecipar riscos e detectar oportunidades. Contudo, ele reforça a necessidade de critério e prudência na interpretação desses dados. “As análises devem ser interpretadas com senso crítico, considerando fatores humanos, sociais e de governança. Do ponto de vista ético, é necessário garantir transparência nos algoritmos, evitar vieses que possam distorcer decisões e assegurar que a responsabilidade final continue sendo humana, e não da máquina”, pontua.
Quanto à confiança dos clientes na prática contábil, o presidente do Ibracon enfatiza que o uso responsável da tecnologia, aliado à governança e a controles rigorosos, é fundamental para manter a credibilidade. “A confiança tende a aumentar quando as ferramentas são usadas de forma clara, com supervisão profissional. O Ibracon tem reforçado que o uso responsável da tecnologia deve caminhar lado a lado com a governança e com controles adequados. O risco surge quando a automação é utilizada sem critério ou supervisão humana, o que pode gerar erros”, alerta. Nessa linha, a responsabilidade do contador como guardião da integridade e da confiabilidade das informações permanece inalterada.
Soares também reitera que, embora a IA seja uma ferramenta poderosa para processamento de dados, ela não substitui o julgamento humano, que envolve ética, discernimento e sensibilidade para compreender contextos complexos e aplicar normas. “A confiança tende a aumentar quando as ferramentas são usadas de forma clara, com supervisão profissional. O Ibracon tem reforçado que o uso responsável da tecnologia deve caminhar lado a lado com a governança e com controles adequados. O risco surge quando a automação é utilizada sem critério ou supervisão humana, o que pode gerar erros”, afirma. Por isso, a adoção de tecnologia deve estar acompanhada de formação contínua e atualização constante — essenciais para que o profissional se mantenha protagonista nesse novo cenário.
Sobre as habilidades necessárias para os profissionais de contabilidade, o presidente do Ibracon destaca que, além da sólida formação técnica, é imprescindível desenvolver competências em análise de dados, uso de ferramentas digitais e capacidade de interpretação de informações geradas por modelos tecnológicos. “Investir em soft skills, como pensamento crítico e comunicação estratégica, é um diferencial exclusivamente humano”, reforça. Nesse contexto, a capacitação contínua se configura como uma estratégia indispensável para a adaptação e o crescimento na era da inteligência artificial. No Ibracon, tem-se trabalhado continuamente em capacitações, publicações e debates para preparar a profissão nesse sentido.
Por fim, quanto à preocupação com a possibilidade de desemprego em massa, Soares tranquiliza dizendo que a adoção de IA representa uma oportunidade de transformação, não de eliminação de postos de trabalho. “Funções operacionais tendem a ser automatizadas, mas isso cria novas oportunidades para que contadores e auditores atuem de forma mais estratégica e consultiva”, afirma. O grande desafio, segundo ele, é a capacitação e o investimento em habilidades que permitam aos profissionais se adaptarem a essa nova realidade, assumindo com protagonismo a liderança na aplicação e gestão dessas novas tecnologias.




